quarta-feira, 31 de março de 2010

Livro digital 1

Fiquei assustado com um comentário durante o congresso do livro digital: "se o novo leitor, nativo digital, é mais desatento e menos interessado e não tem hábito de leitura, então o livro digital deveria ser uma versão resumida e menos profunda que o livro físico?" Ora, não podemos perder de vista duas coisas: primeiro, que o nativo digital não é burro; segundo, que livro é livro em qualquer formato. Por mais que possamos agregar recursos, enhance o produto, o livro é um conteúdo textual com determinadas características que não mudam, qualquer que seja seu formato ou o meio em que é disponibilizado. Os leitores 'nativos digitais' que lêem livros querem ler livros, não os resumos deles (salvo quando obrigados pela escola; atire a primeira pedra quem nunca leu um resumo de livro para o vestibular). Temos de lembrar que o texto escrito é um produto, e sua eventual versão digital é o mesmo produto! Caso seja adaptado para um roteiro de vídeo (e o próprio vídeo), para uma história em quadrinhos ou para uma versão resumida, então estamos falando de produtos diferentes, com objetivos diferentes... Cabe a nós editores, professores e pais estimular o hábito de leitura, jamais substituí-lo pela fruição de outros formatos, por melhores que estes sejam, por um motivo simples: a leitura é uma atividade insubstituível em sua capacidade de desenvolver a capacidade cognitiva do indivíduo. Uma pessoa que não lê está menos preparada para a vida e para o trabalho e não conseguirá ser um cidadão completo. As exceções, honrosas ou não, só confirmam a regra...

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