quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010
O Zen e a arte de sobreviver no trânsito
O problema do conforto é nos deixar mal acostumados, dependentes dele, mas ainda assim parece que nunca estamos satisfeitos... Quando eu andava de ônibus todos os dias, tinha de acordar mais cedo e os dias de muito calor ou de chuva eram bem desconfortáveis, mas conseguia ler um livro por semana e ainda conseguia tirar um cochilo para descansar do trabalho antes de ir para a faculdade. Quando comecei a andar de carro, logo percebi algumas vantagens, como poder fazer mais de uma reunião ao longo do dia e ainda conseguir visitar amigos, mas logo começou a tensão com o trânsito... Todos os dias me desgastava com isso até que um autor me deu a dica: "o trânsito é ótimo", disse um dia, para interlocutores estarrecidos, "pois quando saio da agência estou normalmente estressado e irritado. Se eu chegasse em casa imediatamente, com certeza iria me irritar com alguma coisa, brigar com os filhos ou discutir com a mulher. Mas com o trânsito tenho no mínimo uma hora para ouvir meus discos e relaxar, e quando estou em casa posso aproveitar a família." Claro que não acreditei nele na hora, mas depois fiz o que ele sugeriu e minha vida melhorou muito! É fácil a gente reclamar do que está vivendo, e às vezes é difícil encontrar alguma coisa de bom em uma situação (com tantas tempestates que enfrentamos diariamente), mas sempre é bom lembrar daquele conto zen em que uma pessoa se pendura em um precipício, para fugir de um tigre e, prestes a cair, vê um morango. Ele come o morango e murmura: "que delícia".
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Acho que você devia passar um dia inteiro comigo andando de ônibus e metrô para depois murmurar:"que delícia"...rsrs
ResponderExcluirBeijos