sábado, 20 de fevereiro de 2010

Fun Home

A autobiografia é com frequência um subgênero literário de (semi)celebridades em busca de autopromoção. No meio dos quadrinhos, no entanto, está se tornando um gênero dos mais sérios e artisticamente avançados. Harvey Pekar e Marji Satrapi são dois exemplos que chegaram ao (relativamente) grande público por meio do cinema, com American Splendor e Persépolis, mas muitos outros quadrinistas têm usado o meio com uma profundidade e honestidade incomuns em outros meios. Fun Home, de Alison Brechdel, é um dos melhores livros que já li. Acontece de ter sido escrito em quadrinhos, e ela sabe como usar o meio. Sem uma gota de kitsch, ela mescla habilmente seu texto ácido a imagens expressivas e econômicas; sangrando sua história e espanando seus demônios, Alison revela com humor e pathos seu relacionamento com o pai e nos expõe a miríade de sentimentos desconexos e frequentemente contraditórios que ora os conectam e ora os afastam. Fun Home é o romance que muitos romances gostariam de ser, o filme que muitos filmes gostariam de ser, mas acontece de ser uma história em quadrinhos. E que história!

Um comentário:

  1. Fun Home é ótimo e impossível de não ler em um dia só!

    Aproveito para mandar um "salve" para o meu amigo e alma gêmea Harvey Pekar. Adoro!...rsrs

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