domingo, 25 de julho de 2010

Amanda's day

As manhãs de meio de julho eram frias, Vó Anna chamava cedo, para eu aproveitar o dia, e dava para ver a geada. Café da manhã com leite gordo das vacas do seu Alcides, era combustível até a hora do almoço. Correndo pela estrada, atirando minhas flechas para o ar com meu arco/estilingue e correndo para buscá-las, logo esquentava. Mas quando o sol baixava para o lado do tanque, era hora do banho. No sítio não tinha energia elétrica, e encarar o chuveiro frio depois que a noite caía era difícil. Banho tomado, sentava na varanda até a abuelita acender o lampeão a gás. Às vezes ela também se sentava na varanda para tomar a fresca e cantava sua malaguenha triste. Entendia o suficiente de espanhol para saber que falava do filho que foi morto e chorava. "Não gosta que a vó canta, Roger?" "Gosto, vó, gosto sim", e continuava a chorar. Tinha 12 anos recém completos e passava as férias da minha vida, longe de casa, perto da minha história.
Logo a Vó chamava para comer, e ao redor do lampião contava suas histórias, sempre engraçadas, as partes picantes eu não entendia, mas absorvia o máximo que podia.
Um dia bem cedo ouvi movimento na estrada. Sabia que no fim de semana vinham me buscar, mas me admirei que já tivessem chegado. Corri para a porteira e encontrei minha irmã. Ela só disse: "A Amanda nasceu". "Ela é uma gracinha!"

Um comentário:

  1. obrigada Roger ou melhor tio Roger!!!
    muitas saudades de todos! nao vejo a hora de chegar!
    muitos beijos! =)
    Amanda

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