domingo, 13 de junho de 2010

Idades

Quando criança, meu mundo era aberto,

questionava o que via e ouvia, opinava sobre o que não sabia.

Quando adolescente, pensava como velho,

inocente às contradições do mundo,

cego e surdo às minhas próprias pulsões desencontradas.

Jovem, contemplava sem ironia as indiscrições,

refestelava-me sem culpa em minha paz de espírito alienada.

Adulto, tomo por sabedoria a renúncia e por pragmatismo a covardia,

procrastinando rupturas que já não teria tempo para viver.

Falsa e falaciosa idade da razão, porque o nada não se contenta em só ser.

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